terça-feira, 17 de novembro de 2009

Defesa Civil: Municípios não estão preparados para chuvas

Encarregado de resgates e socorro a emergências decorrentes de chuvas — como o deslizamento de terra que matou três pessoas da mesma família na Rio-Teresópolis, em Teresópolis, domingo —, o diretor-geral da Defesa Civil estadual, coronel Marcos Rossi, afirmou ontem que as cidades não estão preparadas para acidentes decorrentes de tempestades de verão. “Os municípios estão despreparados. Se há planos de emergência, desconheço. Não recebemos nenhuma comunicação a respeito”, criticou Rossi. Até ontem, ainda havia 3.039 desalojados em Belford Roxo e 800 em Tanguá. Os desabrigados caíram para 20 em Belford Roxo e 60 em Tanguá.


Bruno Ferreira Campos, 34 anos, Viviane Ferreira Gonçalves, 33, e a filha do casal, Gabriele, de 7 meses, voltavam de Minas Gerais quando o Palio da família foi atingido por sete toneladas de pedras e árvores. A família morreu na hora, mas a mãe de Viviane, que viajava atrás do carona, sobreviveu. Maurina Gonçalves, 56, foi lançada do automóvel e escapou do soterramento. Com escoriações leves, ela foi socorrida por motoristas. “Pelo estado em que ficou o carro, foi um milagre ela ser salva”, disse o pai de Viviane, o comerciante Antônio Ângelo Gonçalves, 56.

Após o carro ser atingido por um árvore, Maurina tentava salvar a neta, presa à cadeirinha, quando uma pedra caiu sobre o carro. “Eles estavam muito felizes, voltavam de férias na casa do avô. Nossa família está despedaçada”, disse Afonso Ângelo, 60, tio de Viviane. O enterro será hoje no Cemitério de N. Sra. das Graças, na Vila Operária, em Caxias. O engenheiro João Oliveira, que vinha atrás do Palio, escapou por milagre: “Estava dirigindo quando, de repente, escureceu tudo. Foi um chuveiro de pedras em cima do carro. Acho que nasci de novo”.

A tragédia ocorreu no mesmo ponto onde outra pessoa morreu em um deslizamento, em 2002. “A concessionária (CRT) terá que fazer contenção. É um ponto de risco permanente”, observou Rossi. O gerente de marketing da CRT, Pedro Lancastre, informou que R$ 50 milhões foram investidos na contenção de encostas em 13 anos: “A estrada tem 163 pontos críticos nos quais a CRT atua, monitorando alguns por equipamentos eletrônicos que medem a movimentação da terra. O episódio não tem a ver com encostas, por ser área de preservação ambiental onde há árvores que fazem a proteção natural”. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apura no local as causas do deslizamento.

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