segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Governo 'golpista' de Honduras demonstra 'surdez'

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta segunda-feira (28) que o governo golpista de Honduras demonstra um “estado de surdez” ao rejeitar a entrada da missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) no país, para tentar uma solução negociada para a crise que se instalou após ao retorno clandestino do presidente deposto, Manuel Zelaya, a solo hondurenho. Zelaya está abrigado na embaixada brasileira no país.
O ministro disse ainda que a representação brasileira na ONU enviou nesta segunda-feira uma nova carta para a presidente do Conselho de Segurança, Susan Rice, informando as acusações feitas pelo governo golpista contra a missão diplomática.

A correspondência diz que mesmo após as manifestações do Conselho de Segurança “as autoridades de fato” deram declarações que “pioraram a situação no país” e ainda suspenderam “os direitos constitucionais” e “fecharam veículos de comunicação”.
Amorim voltou a dizer que o Brasil não teve participação sobre a ida de Zelaya à embaixada brasileira, mas que não é possível abandonar a representação diplomática naquele país porque seria uma demonstração de “covardia” do Brasil.

“Seria muito fácil para nós retirarmos os dois diplomatas que estavam lá e o oficial administrativo. O problema de segurança do ponto de vista do Brasil terminaria. Mas nós não podemos fazer isso porque seria, primeiro, um gesto de covardia e, segundo, um gesto de desrespeito à própria democracia e um incentivo a outros golpes de estado, coisa que nós não podemos fazer”, afirmou.

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